terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

PÓS-IMPRESSIONISMO

Surge em França em 1880 como uma ruptura com o impressionismo.

Tem origem nas ideias de alguns pintores vanguardistas, como os franceses Henri de Toulouse-Lautrec (1864 -1901), Paul Cézanne (1839-1906), Paul Gauguin (1848-1903) e o holandês Vicent Van Gogh (1853-1890), que reagiram contra algumas características do Impressionismo e do Neo-Impressionismo, pois sentiam-se insatisfeitos com esse tipo de pintura e desejavam que a arte fosse mais substancial, não somente dedicada a captar o momento.

Gauguin, Van Gogh e Lautrec transmitiram a expressão das suas emoções e sensações através de cor e luz.

Van Gogh: aplica as cores com textura espessa e espatulada para transmitir a emoção, procura subjectividade e humanismo na obra.

Gauguin: trabalha com as cores puras, fortes, sem claro/escuro, e as formas são bidimensionais, sem perspectiva.


Henri de Toulouse-Lautrec (1864 -1901)
*Considerado, por vezes, impressionista.

O pintor soube registrar os traços mais significativos das pessoas anónimas. Toulose-Lautrec interessava-se por artistas de circo e personagens da boémia parisiense.

A sua pintura sofreu influência das estampas japonesas, das suas formas planas e dos seus contornos lineares.

Temas: Representava nas suas telas e cartazes autênticos instantâneos da realidade humana.

Características: Desenho esboçado, centro vazio e figuras cortadas na margens; cores fantásticas; caricaturas e máscaras.

Paul Cézanne (1839-1906)

Após uma carreira inicial dedicada aos temas dramáticos da escola romântica, Paul Cézanne cria um estilo próprio.

Nesta tela o pintor revela influência de Manet, reproduz uma pintura do séc. XVI para o estilo do séc. XIX.

Temas: Paisagem, naturezas-mortas, figuras humanas em grupo e retratos.

Introduziu, nas suas obras, distorções formais e alterações do ponto de visão em benefício da composição, ou para sobressair o volume e peso dos objectos.


Antes de começar as suas paisagens estudava-as e analisava os seus valores plásticos, reduzindo-as depois a diferentes volumes e planos que traçava à base de pinceladas paralelas.


Cézanne concentra-se no desenho formal, quase científico com os planos de cor.

As suas paisagens são subtilmente geométricas.

Árvores, casas e outros elementos da paisagem subordinavam-se à unidade de composição.

Não subordina a composição às leis da perspectiva.

A sua concepção da composição é arquitectónica; segundo as suas próprias palavras, o seu estilo consiste em ver a natureza segundo as suas formas fundamentais: a esfera, o cilindro e o cone.

Nas paisagens, representou frequentemente a sua terra natal (O Golfo de Marselha e as célebres versões sucessivas de O Monte de Sainte-Victoire).

Paul Gauguin (1848-1903)

Aprendiz de piloto da marinha mercante e empregado de um agente de câmbios, começa a pintar como amador.

Embora Gauguin tenha ficado conhecido como um pintor pós-impressionista, seus estudos de arte começaram com o pintor impressionista Camile Pissarro.

Utilizou a estampa japonesa nas suas formas planas e simplificadas que fechava com a linha a negro, o chamado Cloisonnisme.

A sua pintura é caracterizada por:

Natureza alegórica, decorativa e sugestiva;

Formas bidimensionais, estilizadas, sintéticas e estáticas.

Cores antinaturalistas, simbólicas, alegóricas e exóticas.

Trabalha em Arles com Vincent van Gogh.

Esteve no norte de França, onde pertenceu a uma escola de pintores, designada de Pont-Aven.

Conhece de perto a pintura de Cézanne e de Pissarro e, seduzido pela obra de Émile Bernard, mestre do grupo de paisagistas de Pont-Aven (na Bretanha), adopta a composição com figuras de formas simples sobre fundos abstractos. De entre as obras ambientadas na Bretanha sobressaem Le Christ Jaune e La Vision aprés le Sermon.

Após uma estada em Paris, em 1892 transfere-se para o Tahiti, onde permanece até 1893

Gauguin pinta a natureza tal como ele a sente.

Na sua obra, a forma já não se sujeita à cor.

O seu intenso cromatismo afasta-o de qualquer limitação naturalista; aplica as cores em amplas superfícies de contornos definidos.

Instalado nos Mares do Sul, apaixona-se pela vida simples e amável dos indígenas polinésios, que se tornam no seu principal tema.
Os protagonistas destes quadros são as mulheres e a vegetação tropical.

Nos seus últimos tempos, Gauguin, desalentado e doente, pinta uma série de quadros que expressam uma profunda preocupação existencial unida a uma sensualidade intensa, selvagem e perturbadora.


VINCENT VAN GOGH (1853-1890)

Van Gogh produziu cerca de 900 pinturas e 1100 desenhos durante um período de apenas 10 anos, antes de sucumbir à sua doença mental.

É considerado um pintor pós-impressionista.

Trabalhou nas filiais de Londres e Haia da empresa de arte Goupil & Cia.

E exerceu a profissão do pai, que era pastor laico. Foi neste período, passado no meio de uma comunidade pobre de mineiros, que Vincent começou a desenhar esboços a lápis.

Em 1880, decidiu abandonar suas antigas profissões e dedicar-se à pintura, mudando-se para Paris.

Numa primeira fase a sua pintura foi sombria e melancólica.

A partir da descoberta das obras de Toulouse-Lautrec, Pissarro e de outros impressionistas, a pintura de Van Gogh, sofre uma mudança radical.


A sua paleta de cores alterou-se para tonalidades diversas que iam além da representação objectiva da natureza.

As cores expressavam o seu estado da alma.

Usava a cor como meio de comunicação.

Tem ainda influência das gravuras japonesas.

Em 1888, Van Gogh instalou-se em Arles, para poder observar de perto os matizes da natureza, onde viveu algum tempo com Gauguin.
A Vinha Encarnada, o único quadro vendido durante a sua vida, foi pintado nesta época.

São dessa época seus famosos quadros de interiores, embora se deva dizer que Van Gogh nunca deixou de lado a temática do trabalho no campo, um das razões de sua admiração por Millet.

Não se passou muito tempo, e o pintor sofreu um colapso nervoso e teve de ser internado num hospital para doentes nervosos em Saint-Remy.
Apesar disso, continuou trabalhando, tendo pintado cerca de 200 quadros em dezanove meses.

Paradoxalmente, foi a época em que criou suas obras mais admiráveis e geniais, entre os quais: Os Girassóis e Os Lírios.

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