quarta-feira, 14 de outubro de 2009

MÚSICA, TEATRO E FESTAS EM VERSAILLES

MÚSICA

No séc. XVII a música estava sempre presente desde o momento em que o rei se levanta até que se deita. A missa, a caça, o jantar, o serão são obrigatoriamente acompanhados com música. Jovens do coro, com 9 a 14 anos interpretam grandes partituras de Lully e Lalande na Capela.
Luly será em 1661 o superintendente de Música , ou seja, compõe e dirige os músicos.
Para cerimónias de grande aparato como os casamentos de príncipes eles são chamados a interpretar grandes composições.
Luís XIII grande amador de música e de dança, foi o autor do "Ballet de la Merlaison", representado em 1635. Também o filho, Luís XIV tem a mesma vocação, canta, toca guitarra e aprecia dança. Ele apresenta-se em público no ballet de Cassandre em 1651, rodeado pela Corte e por dançarinos profissionais.

Molière e de Lully deram origem a um novo género que terá grande sucesso : a comédie-ballet. Ambos compuseram a obra-prima do novo género, o "Bourgeois gentilhomme".
Também vai aparecer outro novo género na mesma época: a tragédia musical ou tragédia lírica. A paternidade foi de Lully, músico italiano, e o primeiro exemplo foi "Cadmus et Hermione" apresentado em 1673. Todos os músicos franceses aderiram até que a ópera italiana se impôs definitivamente.
Marie Antoinette lançou compositores como Piccini, Salieri, Sacchini e tomará sob sua protecção o alemão Glück.

TEATRO

Até 1770 não havia salas de espectáculo em Versailles. Foi Luís XIV que impulsionou o teatro, a música e a arte em geral.
Antes desta data as representações tinham lugar numa sala adaptada a esse fim. A maior parte das representações faziam-se na Escadaria dos Embaixadores.
Em 1770, por ocasião do casamento entre o futuro rei, Luís XVI e Maria Antonieta é que se construiu uma verdadeira sala de espectáculos. As festas e os grandes bailes exigiram essa construção. O arquitecto Jacques-Ange Gabriel constrói a Opéra com 712 lugares, uma acústica perfeita e um sistema mecânico que permite colocar a sala ao nível da cena.
Antes Versailles já tinha acolhido muitos espectáculos: em 1663 já os actores que representavam Moliére apresentavam as suas peças "Les Fâcheux" (escrita com Lully), "L'Impromptu de Versailles", e "Sertorius" de Corneille.

Os autores em voga no reinado de Luís XIV, entre 1682 e 1715 eram Molière, Corneille e Racine. Foram representadas 1200 peças, tragédias e comédias, na Corte. Molière morre em 1673 e Racine deixa de escrever para o teatro em 1677. A Comédie Française criada em 1680 passa a vir regularmente de Paris fazer as representações.
Louis XVI entrega a Marie Antoinette o cargo de "Ministre des plaisirs de la Cour".A rainha multiplicará os espectáculos. Dará novo impulso ao teatro. Ela própria será actriz em "Le Mariage de Figaro", de Beaumarchais. Mas a peça era muito crítica para com o Antigo Regime e o rei suspendeu-a…

FESTAS E ESPECTÁCULOS

Luís XIV compreendeu bem que devia manter a Corte divertida para lhe serem fiéis. Frequentemente Versailles é palco de festas grandiosas. Em Maio de 1664 as festas duram 8 dias. Essa festa, "Les Plaisirs de l'Ile enchantée", junta ao espectáculo corridas desportivas. Poesia, teatro, dança, música, artes plásticas, iluminações, fogos de artifício, tudo se reúne.
Em Julho de 1668, o Grand Divertissement Royal ainda é mais grandioso. Representam-se as "Les Fêtes de l'Amour" e "Bacchus", de Molière et Lully.
A Festa de 1674 desenrolou-se por seis dias ao longo de 2 meses, entre 4 de Julho e 31 de Agosto. Desta vez foi a Grotte de Thetis e a Cour de marbre que serviram de teatro. Representou-se "Alceste" de Lully e "Le Malade imaginaire" de Molière.O Rei dançou pela primeira vez em público no papel de Grand Amant no Ballet des Amants magnifiques.

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