segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

PINTURA PRÉ-ROMÂNICA E ROMÂNICA

Alta idade média (desde séc. V aos IX)
O século VIII conheceu, porém, a primeira grande tentativa de reunificação continental sob os carolíngios – particularmente sob Carlos Magno, coroado imperador em 800. O Império Carolíngio englobou nas suas fronteiras quase toda a Europa Ocidental. As partilhas sucessórias foram um dos factores da sua fragilidade; a corrosão interna é, no entanto, o principal factor de desagregação.
Estruturalmente, a Alta Idade Média é, de modo, caracterizada pela ruralização da sociedade (em oposição a "urbanidade" clássica), por uma economia quase auto-sustentada e de fraco movimento de trocas comerciais, pelo quase desaparecimento da cultura laica e pelo domínio cultural do clero e, por fim, pela enorme expansão da igreja cristã.

Baixa Idade Média (desde século XI ao século XIV)
Esse período é caracterizado pelo momento histórico de crise do modo de produção feudal e das relações económicas, sociais e culturais a ele relacionadas, ou seja, a derrocada do mundo medieval.
A partir do século XI, a Europa passa por um período de relativa paz, explicada pela diminuição ou até mesmo pelo fim das invasões bárbaras. E diante da relativa paz do momento os feudos perdem, em parte, a razão de sua existência, porque estes foram criados a fim de garantir segurança diante das invasões bárbaras no período de desmembramento do Império Romano.

Pintura na Idade Média
A pintura não se destacou tanto quanto a arquitectura nesse período. Os principais trabalhos são a pintura mural, as iluminuras e as tapeçarias. A pintura parietal, ou seja, executada nas paredes, era dependente da arquitectura, como pode-se deduzir, tendo aquela somente função didáctica. Em um período em que a grande maioria da população era analfabeta a pintura era uma forma de transmitir os ensinamentos do Cristianismo.

Catacumbas
Catacumbas eram os locais que serviam de cemitério subterrâneo aos primeiros aderentes do cristianismo e para quem a fé se baseava na esperança da vida eterna após a morte.
As catacumbas de Roma serviram de local de sepultamento para os cristãos de Roma, mas actualmente estão abertas para turistas.
Uma das catacumbas mais visitadas em todo o mundo é a de São Calisto. Fica na região central de Roma, Itália. Conta-se que vinte mil pessoas estão enterradas lá. Ela ocupa cerca de cinco andares abaixo da terra. Mais de vinte quilómetros (20Km) de corredores levam aos diversos túmulos, onde descansam os corpos de pessoas que viviam na época de Jesus Cristo. Os autocarros não podem circular próximo ao local por causa do perigo de desmoronamento. As catacumbas mais famosas são as de São Calisto e a de Santa Priscila.


Pintura românica
Chama-se pintura românica em conjunto à desenvolvida em Ocidente desde a invasão dos bárbaros até mediados do século XIII. Este estilo não teve um desenvolvimento súbito e revolucionário, tal como aconteceu na arquitectura românica.
O estilo românico manifesta-se principalmente na decoração de muros interiores de igrejas, em pinturas de frontais de Altar, em miniaturas ou iluminuras de códices, algumas vezes em mosaicos de pavimentos, esmaltes para decoração do mobiliário e em algumas vidreiras de cores que começam a usar em sua época desde finais do século X.

A pintura românica caracteriza-se pelo escasso estudo da natureza que revelam suas figuras, pela seriedade e uniformidade dos rostos na forma humana, pelas violentas atitudes que se dão às personagens ao representar uma cena e o rígido hieratismo quando as figuras não têm de expressar acções, por suas contornos demasiado firmes ou acentuados e, em fim, pela falta de perspectiva, que oferece a composição em conjunto.

A temática dominante é a religiosa. É a narração de feitos bíblicos e religiosos como a vida de Cristo. As técnicas formais e estilísticas empregues variam consoante as regiões. Isto deve-se ao ensino do artista nas escolas ou oficinas em que mestres de gerações diferentes ensinavam a arte.

Tipos de pinturas:
• Pintura de grandes dimensões, utilizada na decoração de interiores, principalmente nas igrejas;
• Pequena pintura, para ornamento e ilustração em livros: iluminuras.



Existiu nas seguintes formas:
• frescos
• retábulos
• mosaicos
• iluminuras ou miniaturas

Fresco - nome dado a uma obra pictórica feita sobre parede, com base de gesso ou argamassa. Assume frequentemente a forma de mural.
Do italiano "buona fresco", pintura mural mais antiga e resistente da história da arte, que representa para a pintura contemporânea, o que representa o latim para as línguas neolatinas. Trata-se de uma pintura com pigmentos à base de água, feita sobre argamassa ainda fresca de cal queimada e areia. Seu conhecimento se justifica pela sua resistência ao tempo e também pelo retorno ao estudo das origens da arte, consequência de um longo período de procura estilística desenvolvido pelos contemporâneos.

Retábulos - é uma construção de madeira, de mármore, ou de outro material, com lavores, que fica por trás e/ou acima do altar e que, normalmente, encerra um ou mais painéis pintados ou em baixo-relevo.

Mosaicos – é um embutido de pequenas peças (tesselas) de pedra ou de outros materiais (vidro, mármore, cerâmica ou conchas), formando determinado desenho. O objectivo do mosaico é preencher algum tipo de plano, como pisos e paredes.

Iluminuras ou miniatura - é um tipo de pintura decorativa, frequentemente aplicado às letras capitulares no início dos capítulos dos códices de pergaminho medievais. O termo se aplica igualmente ao conjunto de elementos decorativos e representações imagéticas executadas nos manuscritos, produzidos principalmente nos conventos e abadias. A sua elaboração era um ofício refinado e bastante importante no contexto da arte medieval.


«A pintura estava, na verdade, a caminho de se tornar uma forma de escrita

através de imagens.»

* Relaciona quatro dos aspectos da produção de iluminuras com a função cultural dos mosteiros medievais, recorrendo à observação da figura e à leitura da frase.


ESCULTURA ROMÂNICA


1. Qual a missão essencial da escultura românica?
· Dar a compreender as Sagradas Escrituras através da figuração dos seus episódios;
· Transmitir o pensamento fundamental da Igreja Católica.

2. Quais os programas temáticos da iconografia românica?
· Temas divinos:
- Cristo Pantocrator (Juiz do Universo);
- A Virgem Maria;
- A vida do Deus-Homem;
- O Homem-Pecador;
- A vida dos santos;
- Passagens dos Evangelhos.
· Temas profanos:
- A vida quotidiana, o trabalho rural.
· Temas animalistas:
- Animais e bestas míticos.

3. Quais as características principais da escultura românica?
· A escultura subordina-se totalmente à arquitectura, completando o seu programa, surgindo a ornamentar as arquivoltas e os tímpanos dos portais e os capitéis das naves das igrejas, e os claustros dos mosteiros.
· As representações inspiram-se sobretudo nos Evangelhos e assumem uma clara intenção pedagógica e doutrinal.
· As figuras submetem-se a uma perspectiva hierárquica (a figura de Cristo Pantocrator é maior porque é mais importante).
· As figuras são rígidas e estilizadas (o que acentua a sua espiritualidade) e deformadas (o que lhes aumenta a expressividade), afastando-se deliberadamente do naturalismo.
· As figuras humanas adoptam posturas inverosímeis para se adaptar às formas arquitectónicas – os corpos curvam-se, enrolam-se, alongam-se, inclinam-se e contorcem-se para caber num determinado espaço – numa total ausência de cânone.
· O objectivo era uma representação conceptual e simbólica, que visava a representação de ideias e conceitos cristãos e não a representação da natureza.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

ARTE ROMÂNICA

O que foi o Românico?

O Românico foi o estilo característico da arte europeia dos séculos XI e XII e que se manifestou
nas grandes construções monásticas sob a influência da Ordem de Cluny. Foi uma arte que se
inspirou nas formas e nas técnicas da Antiga Roma e que apresentou influências paleocristãs,
bizantinas, islâmicas, celtas e germânicas.

Em que contexto histórico, social e cultural se desenvolveu o Românico?
O Românico desenvolveu-se no contexto de uma Europa Ocidental dominada
· pelo Monaquismo e pelo poder da Igreja (simbolizado pelo Mosteiro), que desempenhou um
papel unificador da ideologia e da cultura;
· pelo Feudalismo e pelo poder da Nobreza (simbolizado pelo Castelo).

O Românico desenvolveu-se, ainda, no contexto de dois fenómenos importantes:
· por um lado, as Peregrinações, a Jerusalém, a Roma e, especialmente, a Santiago de
Compostela, em cujos “caminhos” se produziu a arte românica;
· por outro lado, as Cruzadas (1096-1270), que resultaram no conhecimento de antigos textos
gregos preservados em árabe, da decoração oriental, de novas formas artísticas e de padrões
de vida mais desenvolvidos, para além de terem reaberto as vias comerciais do Mediterrâneo,
com a consequente recuperação do comércio internacional, da vida urbana e da força militar
dos antigos tempos imperiais.

ARQUITECTURA

Quais as características da tipologia clássica da estrutura do mosteiro românico?
O mosteiro românico possuía:
· um claustro porticado, um pátio interior, rodeado de colunas, que servia de deambulatório
para os monges, à volta do qual se encontravam:
o a igreja; a sala do capítulo; o refeitório; a cozinha; os dormitórios; um espaço
reservado para falar.
· áreas externas à clausura, onde se incluíam:
o oficinas; horta; enfermaria; estábulos; cemitério; hospedaria; casa do abade; escola;
“scriptorium” e biblioteca.

Quais as características gerais da arquitectura românica e da igreja em particular?
A arquitectura românica conheceu edifícios com funções distintas:
· igrejas para sacerdotes e os fiéis,
· mosteiros para os monges e abades e
· castelos para os senhores feudais.
A arquitectura românica, cuja base estrutural derivava da tradição romana, quer em termos de
elementos utilizados – arcos de volta perfeita, abóbadas de berço, contrafortes – quer em termos de concepção – construção-fortaleza em pedra, robusta e maciça, era uma arquitectura
· de linhas sóbrias e com uma forte carga simbólica, que pretendia acima de tudo
manifestar o poder absoluto de Deus e servia de suporte à pintura e à escultura, que
complementavam essa função pedagógica, ensinando e orientando os fiéis.
A igreja românica constitui, neste contexto, a representação de toda a
criação divina sobre a Terra. Os seus elementos principais são:
· a planta de cruz latina (alusão simbólica à imagem de Cristo na cruz);
· três (ou cinco) naves (a central mais larga e alta que as laterais);
· a cobertura em abóbadas de berço, suportadas por pilares cruciformes, em vez de
colunas;
· a cabeceira (ou abside, lugar do altar);
· o portal (espaço para esculturas e baixos-relevos).
Algumas igrejas possuíam também uma cripta (galeria subterrânea) e um pórtico ou «nártex»
(antecâmara na fachada).

O CASTELO ROMÂNICO
A tipologia típica do castelo românico apresenta:
· uma dupla muralha com paredes compactas e torres de vigia, terminada em merlões e ameias,
circundada pelo caminho da ronda (adarve);
· uma torre de menagem quadrangular – estrutura central do castelo, seu principal ponto de
poder e último reduto de defesa, que serve de recinto habitacional do senhor (castelão);
· um pátio exterior;
· uma capela ou igreja;
· casas para os guardas e cavaleiros;
· cavalariças, armazéns e cisternas;
· porta com ponte levadiça;
· fosso exterior contornando a muralha.


domingo, 2 de janeiro de 2011

ARTE PALEOCRISTÃ

- A Arte Paleocristã foi o conjunto de manifestações artísticas dos primeiros cristãos, que decorreram aproximadamente entre o ano 200 e o séc. VI da Era Cristã, correspondendo ao período de expansão do Cristianismo;
- A extraordinária dispersão geográfica desta arte forneceu-lhe uma grande diversidade regional, mas, no entanto, não impediu a subsistência de traços estruturais comuns:
a utilização dos modelos estilísticos da Roma clássica;
o uso de novas formas técnicas e estéticas oriundas das zonas periféricas do império, sobretudo das províncias do Oriente;
e a subordinação a um novo espírito e a uma nova temática: a do Cristianismo que impôs uma iconografia retirada das Sagradas Escrituras e um sentido doutrinal e pastoral às artes decorativas.
- Na arquitectura, a grande preocupação foi a procura de uma tipologia para o templo cristão, que adoptaria duas funções: ser a morada de Deus e recinto de culto e um local de encontro e reunião da comunidade dos fiéis, impondo assim novas exigências funcionais e de espaço;
- As primeiras igrejas da arte paleocristã obedeceram dois modelos principais: o de planta basilical, em cruz latina, com três ou cinco naves separadas por arcadas e/ou colunatas e cobertas por tectos de armação de madeira; e o de planta centrada, de influência helenística e oriental, com formas circulares, octogonais ou em cruz grega, e coberturas em cúpula e meias cúpulas. Em ambos os modelos sobressai a preocupação em destacar as linhas cruciformes (em forma de cruz), cuja simbologia se havia já começado a definir;
- Os baptistérios (edifícios sagrados destinados à celebração do baptismo), tal como os mausoléus (túmulos), adoptaram a planta centrada, com uma das portas orientada a leste e outra a poente, com enormes cúpulas sobre a sala central;- Os baptistérios (edifícios sagrados destinados à celebração do baptismo), tal como os mausoléus (túmulos), adoptaram a planta centrada, com uma das portas orientada a leste e outra a poente, com enormes cúpulas sobre a sala central;
- As primitivas igrejas cristãs eram exteriormente pobres e muito austeras e interiormente possuíam uma decoração pictórica, a fresco ou em mosaicos, de belas e vivas cores. O seu modelo mais característico foi o de planta basilical de três naves, que só se impôs como dominante a partir do séc. V, no Ocidente, influenciando toda a evolução artística seguinte, até ao Românico.


* Caracteriza a arquitectura Paleocristã